Há muitas opções de efeitos, por isso é difícil saber quais são os pedais essenciais quando você está construindo sua pedalboard de guitarra. Não importa se você está apenas começando ou se está tentando, como eu, simplificar sua pedaleira enorme, esse artigo ajudará você a restringir essas opções e a focar em tocar guitarra.
Conforme os anos foram passando enquanto eu tocava U2 e para me adequar a qualquer cenário musical, meu equipamento foi aumentando cada vez mais, racks, pedais, controlador MIDI, etc., mas conforme rodava em ônibus, vans e aviões e, muitas vezes, não voltava inteiro para casa, aqueles “brinquedos” passaram a ser uma fonte de problemas. Agora que estou em férias sabáticas da U2 Alive! resolvi que era hora de simplificar e manter apenas o essencial.
Definindo prioridades
Timbres de guitarra podem ser resumidos em quatro timbres básicos:
- Limpo
- Sujo ou distorcido
- Modulações
- Delay
Quando percebi isso, fui capaz de escolher melhor meus pedais e montar uma pedaleira que chamei de “coringa”. Essa pedaleira contém: Afinador, Compressor, Overdrive, Distorção, Chorus, Delay e um Trêmolo.
Costumava achar que precisava de “50 tons de distorção”, desde um sutil Overdrive até a distorção mais insana. Agora só me permito usar as duas distorções e suas combinações.
As modulações podem ser desde um Phaser, Flanger ou Chorus até um Univibe ou qualquer outro efeito que faça esse tipo de firulas. É muito divertido experimentar esses timbres no estúdio, mas ao vivo essas sutilezas não são percebidas pelo grande público.
O Chorus é minha primeira escolha. Afinal, acredito ser a modulação mais utilizada, além de ser versátil e soar muito bem desde em músicas dos anos 60, como em Hendrix e Beatles, até distorções marcantes como as de Zakk Wylde. Ele também pode substituir o Phaser, como o próprio David Gilmour fez ao substituir o Univibe original de “Shine On You Crazy Diamond” por um Chorus no álbum ao vivo “Delicate Sound of Thunder”. Pode também soar como um Rotary Speaker se você souber fazer o ajuste certo. Aliás há uma modificação feita pelo Junior Rossetti da JRMod que é perfeita para isso, mas falaremos sobre modificações numa próxima matéria.
Como já fui músico de country e tive uma banda cover de Creedence, acabei me acostumando a usar o Trêmolo, que continua sendo um efeito muito interessante e sutil, não tão “molhado” quanto o Chorus.
Se Wah é o seu barato, se precisa tocar Metallica ou temas policiais dos anos 70, coloque um em sua mochila. Adoro o trabalho de Wah de Steve Vai em Eat & Smile, quem sabe aparece a oportunidade de fazer algo parecido? O mesmo em relação ao Whammy.
Sentia falta da época da minha banda de som próprio, quando eu usava apenas compressor, Overdrive, pedal de volume e Delay. O Pedalboard menor não só me poupa um monte de preocupações e incômodos na estrada, como também me ajuda a desenvolver meu próprio timbre e estilo.
Quando atuava ou fazia substituições em bandas cover, eu costumava querer soar como quem tocou na gravação original, agora eu só quero soar consistentemente bem. Ter menos opções de timbre obrigou-me a recriar minha própria personalidade.
Sugestões de pedais:
Overdrive
Ibanez Tube Screamer. Usado em gêneros musicais que vão desde o Country, Blues até o Metal. Este pedal esteve, provavelmente, em mais shows e gravações que qualquer outro pedal de distorção.
Outra opção é o BOSS SD-1, meu pedal preferido de Overdrive se meu set for reduzido a apenas um pedal de Overdrive/distorção. Mais versátil que o Tube Screamer, porém mais agressivo, por isso uso o TS em configurações com dois pedais para ter uma variação maior de ganho.
Distorção
Proco Rat Whiteface. É um clássico! Super versátil, vai desde um Overdrive, passa pelo high-gain até chegar ao Fuzz. Fácil de lidar, nervoso e único. Não tem erro! Diz a lenda que a banda Ratt tem esse nome por causa desse pedal.
Outra opção é o famoso Boss DS-1. Amado e odiado, não estaria sendo fabricado desde o final da década de 70 se fosse ruim. O segredo está em manter o tone por volta de 9h.
Delay
Boss DD-3, DD-7 ou, se tiver espaço e puder pagar, o DD-500, que é uma ótima relação custo-benefício. Se o Slash usa, por que não seria bom para você? Escolhi o DD-7 porque é prático e tem o recurso de tap tempo. Com esse recurso posso trabalhar os delays de acordo com os andamentos das músicas, imprescindível para tocar U2, por exemplo.
Trêmolo
O Boss TR-2 é um clássico e uma ótima relação custo-benefício.
Compressor
Tenho o Boss CS-2 desde minha adolescência, mas prefiro o MXR Dynacomp por ter um timbre mais “amadeirado”.
Chorus
Alterno entre o Boss CE-2B modificado pela JRMod, Boss CE-5 Chorus Ensemble, Boss CH-1 Super Chorus e um Analog Chorus da MXR.
Conclusão
Minhas sugestões são de pedais que uso e que me atendem há anos. São clássicos porque eu também já sou vintage, mas você pode substituir por outros similares de sua preferência.
Luciano Menezes é músico e professor com especialização em guitarra, violão, baixo e teoria musical. Oferece aulas online ao vivo, presenciais em São Paulo e em domicílio.
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